Postado por Segue-me.SãoSebastião |

Tempos de Cruz


A cruz acompanha a vida cristã e isto é uma precisa verdade. Ela se manifesta corriqueiramente na vida das pessoas, das organizações, das nações e por aí vai.

O difícil de toda essa situação é compreender que não podemos caminhar sem cruz. Jesus, modelo de toda santidade, carregou a sua cruz, pesada, sofrida e dolorosa cruz. Sem resmungar chegou ao Calvário, lugar que seria a manifestação da suprema e divina tragédia.

Daí compreendermos que seus discípulos, nós, não estamos isentos da cruz, ou seja, não estamos livres das muitas noites escuras que perpassam a vida do homem, do homem que busca a Deus e trilha os caminhos do céu.

Assim, notamos que é impossível não perceber que as quedas, o desemprego, a fome, as tantas doenças são cruzes para nós. As crises econômicas e financeiras que assolam muitos países são penosas e cruentas cruzes. Que também as lágrimas consequentes de terremotos, furacões e vulcões manifestam e caracterizam sinais de cruz.

Todavia, devemos recordar com Sta. Faustina, a discípula da misericórdia: "Ó Jesus, o abismo da Vossa misericórdia derramou-se na minha alma, que é apenas o abismo da miséria. Agradeço-Vos, Jesus, pelas graças e pelos pedacinhos da Cruz que me dais a cada momento da vida". A jovem religiosa polonesa entendeu bem que a cruz marca decisivamente o caminhar, cristão, é claro.

Somos sim, como diz São Paulo, cidadãos do céu, mas antes do céu somos marcados pela cruz para chegarmos à eternidade de Deus que nos aguarda. A cruz nos alicerça para as coisas últimas, para a morada eterna, a cidade de Deus.

A cruz marca do mesmo modo a vida da Igreja de Cristo, seus ministros e todos que estão a ela ligados. Entendamos que a cruz é fragilidade, fraqueza, miséria, infidelidade, tentações. Por isso, ninguém nem nenhuma instituição está privado ou isentado de fragilidade, fraqueza, miséria, infidelidade e tentações.

Resta-nos, enfim, vencer as dificuldades-cruzes (fragilidade, fraqueza, miséria, infidelidade, tentações), não permanecer nem tampouco ficar nelas. Isto significar dizer que não devemos ficar afixados na cruz. Jesus não ficou na cruz, venceu e superou a cruz. Esse deverá ser também o nosso percurso, o nosso caminho.

Portanto, em tempos de Cruz, a nossa atitude deverá ser terminantemente orante, de fidelidade. Fidelidade a Jesus Cristo, nosso redentor, Aquele que venceu, venceu mesmo a Cruz.

Pe. Valmir Galdino é Diretor Espiritual Arquidiocesano do Segue-me de Maceió/AL.

www.segue-me.com